quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

MICOBACTÉRIA EM PETROLINA 28/01/09

Apevisa investiga primeiro caso de infecção por micobactéria em Pernambuco
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) investiga em
 Petrolina, no Sertão do Estado, o primeiro caso de infecção por micobactéria registrado em Pernambuco. Os técnicos estão na cidade para examinar pessoas que passaram por cirurgias plásticas ou fizeram videocirurgias no segundo semestre do ano passado.

A equipe da Apevisa foi à cidade levantar dados e investigar os hospitais. A suspeita surgiu quando um homem operado de vesícula por laparoscopia procurou o órgão para fazer a denúncia no Recife.

“Fazendo análises laboratoriais e avaliações clínicas, obtivemos um resultado positivo na amostra sangüínea no paciente”, afirmou o coordenador geral da Apevisa, Jaime Brito. “Este é o primeiro caso confirmado em Pernambuco”.

O paciente que fez a denúncia foi operado em outubro de 2008 no hospital Neurocárdio, em Petrolina. A unidade de saúde afirmou que não vai se pronunciar até que saia o laudo técnico da Agência e que os equipamentos usados na cirurgia pertenciam ao médico, e não ao hospital.

O paciente agora está em tratamento. “Com o uso de antibiótico, o tratamento pode durar de quatro a seis meses, mas já houve casos em que ele chegou a ultrapassar um ano”, disse a infectologista da Apevisa Ana Paula Henrique. “A medicação prolongada leva à cura”.

SINTOMAS
Pessoas infectadas com a micobactéria apresentam sintomas como dificuldade de cicatrização, dores na região operada, febre e podem chegar a formar tumores no local. Os sintomas podem levar até um ano para se manifestar.

“O diagnóstico é difícil, precisa haver a suspeita, e a micobactéria fica incubada por um período longo”, afirma o médico infectologista do Hospital Oswaldo Cruz (HOC), Vicente Vaz. “O principal sintoma é essa dificuldade de cicatrizar”.

A contaminação ocorre com equipamento infectado, atingindo principalmente quem se submeteu a cirurgias pelo método de viodeolaparoscopia, além de outros procedimentos cirúrgicos com vídeos, e intervenções estéticas, como implantes de próteses de silicone e cirurgias plásticas.

O infectologista explica que os videolaparoscópios são os principais instrumentos contaminados pela dificuldade de esterilização. “São instrumentos ópticos, muito sensíveis e caros”, afirmou. “A esterilização resolve, mas o que ocorreu em Petrolina foi uma quebra do procedimento padrão”.

Ainda de acordo com ele, o caso já ocorreu em outros estados do país, como no Rio de Janeiro e no Pará, e pode ser fatal. “Nesse caso, o prognóstico é ótimo, mas a bactéria pode atingir outros órgãos, se espalhar pelo corpo, até chegar ao pulmão e provocar o óbito”.

O coordenador geral da Apevisa afirma que todas as cirurgias por vídeo serão investigadas. “Estamos chamando a atenção das pessoas que tenham algum dos sintomas na cicatrização. Elas devem procurar a vigilância sanitária daqui”, orientou. “Também vamos visitar todas as pessoas que fizeram esse tipo de cirurgia nos últimos seis meses”.

INFECÇÃO URINÁRIA
Na última semana, o país ficou chocado com o caso da modelo Mariana Bridi, que morava na cidade de Marechal Floriano, a 50 km de Vitória, no Espírito Santo.
Ela morreu na madrugada do último sábado (24), depois de contrair uma infecção urinária que se generalizou. Em 20 dias, teve que amputar as mãos e os pés, mas não resistiu.
O médico infectologista do HOC, Vicente Vaz, explica que a infecção urinária é mais comum nas mulheres. “Existe a baixa, chamada cistite, que a maioria das mulheres tem, já teve ou vai ter algum dia, e a alta, a pielonefrite, que foi a que ela teve”, explicou.

De acordo com o médico, os principais sintomas da infecção baixa é a dor ao urinar. “Já a bactéria pseudomona, que é rara e foi o caso dessa modelo, não provoca nenhum sintoma urinário, o que dificulta o diagnóstico da doença”, afirmou.

Segundo ele, algumas medidas podem ser tomadas para evitar esse tipo de infecção. “A vida sedentária é um fator de risco, então é importante praticar atividades físicas”, aconselhou. “No nosso clima, também, uma boa hidratação é importante”.

O diagnóstico precoce garante o sucesso do tratamento. “Se houver sintomas, a pessoa deve procurar logo um médico para tratar precocemente, porque infecções baixas podem ascender para altas”, disse.

O cuidado deve ser ainda maior com as crianças. “O grau de suspeita deve ser sempre grande, porque a informação não é muito precisa”, explicou Vicente Vaz. “Os pais e pediatras devem ficar sempre atentos, infecções urinárias em qualquer faixa etária podem ser graves”.
da Redação do pe360graus.com 

Nenhum comentário: