sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Acendeu a luz amarela.

Historicamente, Petrolina, maior colégio eleitoral do Sertão, teve eleições acirradas, com resultados apertados e surpreendentes. Lembro que em 1992, quando o voto ainda era apurado manualmente, o candidato do PFL, Henrique Cruz, primo do prefeito Guilherme Coelho, dormiu vitorioso e acordou derrotado por uma diferença de apenas 227 votos para Fernando Bezerra Coelho, hoje secretário de Desenvolvimento Econômico.
Há 30 dias, Gonzaga Patriota, candidato do PSB, estava solto, disparado, voando em céu de brigadeiro, com 63% das intenções de voto, enquanto Júlio Lóssio, do PMDB, cambaleava na casa dos 12%. O que ocorreu, então, para o socialista despencar 17 pontos e o desconhecido peemedebista subir 24 pontos num período tão curto e com apenas uma semana de guia eleitoral?
Os Coelho têm uma força irrefutável no município e Lóssio, mesmo sendo um quadro bom, cresce puxado pelo fator Osvaldo Coelho, por um lado, e por outro pela omissão da outra banda Coelho, esta liderada pelo secretário Fernando Bezerra Coelho, que não faz campanha para Patriota.
Aliás, o que se diz em Petrolina é que Fernando já apunhalou Patriota pelas costas. Se isso ocorreu ou está próximo, não é novidade: o secretário tem um amplo currículo de traição. Sua primeira vítima foi o então governador Roberto Magalhães, de quem foi chefe da Casa Civil. Até o ex-governador Miguel Arraes já foi atingido pelo veneno traíra de Fernando, que com isso cultiva uma legião de inimigos.
Traição à parte, Patriota pode estar provando também do seu próprio veneno, pois dizia abertamente que não queria Coelho em seu palanque. Este foi, vale lembrar, o tom usado na sua campanha para derrotar na convenção do PSB o prefeito Odacy Amorim.
O fato de Lóssio reduzir de 51 pontos para 10 pontos a diferença que o separava de Patriota faz acender uma luz amarela na campanha do candidato do PSB, que tem ainda amplas chances de ser eleito, desde que busque encontrar na prática as razões que levaram a cair tanto. E se preparar, o que é mais importante, para um embate que pode reviver 1992, quando a eleição foi decidida voto a voto.

Haja coração!

Blog do Magno Martins

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